Quando me tornei mãe, criei uma certa expectativa bem ingênua, admito, que as pessoas ao terem filhos, se tornariam melhores. Pura ilusão, as pessoas são o que são e não é a chegada de um filho que irá mudar isso.

Mas na minha doce ilusão, nos primeiros anos de vida do meu primogênito, ficava extremamente feliz de conhecer mães, de fazer novas amizades, de combinar programas para as crianças brincarem juntas, como se vivesse em um grande conto de fadas.

Com o tempo, você começa ver que esse mundo de fantasias não existe. Que tem mães que simplesmente irão ignorar se seus filhos fizerem qualquer tipo de maldade com outra criança. Tem mães que serão intransigentes em certas situações que envolvem crianças. Muitas agirão pensando apenas no próprio bem, pensando primeiro em si e os outros que se explodam.

Quando entramos em um grupo de whatsapp da escola, essa situação pode escalar muito. Se a turma dentro da escola for tranquila, vez ou outra você irá ver no grupo uma manifestação isolada de alguma mãe sobre algum fato que poderia ser facilmente contornado se ela tivesse levado a questão a escola e não ao grupo, mas se a turma tiver problemas dentro da escola, o grupo simplesmente se tornará um Deus nos acuda.

Um dos problemas da tecnologia e das redes sociais infelizmente é o fácil acesso. Hoje em dia qualquer um tem acesso as redes sociais e boa parte dessa pessoas não tem filtro, não tem a mínima noção básica de etiqueta nesse ambiente.

Quantos simplesmente não param para refletir antes de escrever? Nada pior do que uma mãe ou um pai que faz uma pergunta para a criança, pega aquela resposta com se fosse única,verdadeira e absoluta, sem nem mesmo estender o diálogo, dar exemplos sobre a situação, tentar entender o por que dos fatos e envia no grupo de pais mensagens hostis em relação ao que foi relatado por seu filho ou por sua filha.

Esse tipo de pais geralmente não conseguem ter um visão do todo, do grupo e principalmente dos fatos.

Aqui no blog já relatei um fato que ocorria constantemente com o meu filho e algumas crianças quando ele ainda estudava na educação infantil, o meu primeiro passo foi tentar dialogar com os pais, quando não tive uma devolutiva, ainda assim, escrevi um post, uma carta aberta a mãe expondo todos os pontos positivos que eu enxergava nela e que não estavam sendo utilizados naquela situação em particular, em que sua filha maltratava o meu filho e que para ela era normal da idade.

Ao invés de atacá-la eu tentei fazer com que visse o meu ponto de vista, a visão da mãe da criança atacada.

Empatia é tudo e infelizmente é o que também falta muitas vezes nos grupos de whatsapp. Se uma criança agredi outra dentro da escola, o primeiro passo é ir até a escola, é questionar a instituição de ensino, jamais iniciar a investigação no grupo de pais expondo outras crianças.

Dentro da sala de aula, algumas crianças sentem mais dificuldade para se concentrarem e prestarem atenção do que outras, algumas são mais quietas, outras mais agitadas, algumas respeitam, outras nem tanto e nesse ambiente que nossos filhos passam boa parte do tempo, inúmeros fatores e fatos permeiam o dia-a-dia.

O pais não devem supor que a escola sempre irá comunicar tudo que acontece com a criança, ela deve informar aquilo que achar necessário, porque os conflitos que acontecem com as crianças dentro do âmbito escolar devem ser resolvidos pela escola na escola e não em grupo de whatsapp.

Deve haver uma parceria Escola – Pais, mas a instituição de ensino não deve jamais terceirizar a resolução aos pais de cada situação que ocorra dentro do seu ambiente. Devemos sempre ter em mente que a escola leva em conta vários fatores que nós os pais “dos outros”, não consideramos. Em qual circunstância o fato ocorreu, o que antecedeu o ato, o estado emocional da criança, entre outros.

E por último, mas não menos importante, os pais tem que ter muita atenção ao expôr de forma negativa nomes de crianças nos grupos.

Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Regras para o bom funcionamento do grupo

1. Informação sim, fofoca não
O grupo é muito útil para trocar informações sobre nossos filhos e a escola. Não o transforme em um local de fofoca.

2. Responda apenas se for contribuir
Por exemplo, se alguém pergunta “que dia começam as aulas?” não responda para dizer “não sei”.

3. Pense duas vezes antes de escrever
Não escreva algo que não diria pessoalmente e saiba que a palavra escrita pode ser facilmente mal interpretada.

4. Não critique funcionários no grupo
Se surgir algum problema com um funcionário, converse pessoalmente para também poder escutar seus argumentos.

5. Respeite a privacidade
Não compartilhe conteúdos que violem a privacidade de alguém ou que sejam ofensivos para os outros.

6. Não ridicularize ninguém
Evite os comentários que exponham ao ridículo outros pais de crianças ou professores.

7. Use seu próprio critério
Nem tudo o que se diz no grupo é certo. Leia, avalie e expresse sua opinião se você discordar.

8. Não será permitida confusão no grupo.

09. Comentários sobre atitudes negativas de crianças na escola
Não serão permitidos, por favor esclarecerem os problemas direto com a escola.

10. Evite enviar áudio
Envie áudio apenas se for extremamente necessário, nem todos podem escutar áudio o tempo todo.

IMPORTANTE: Visando o bem estar coletivo,não serão toleradas ofensas de nenhuma espécie a qualquer membro do grupo.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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