Queda da imunidade por causa dos tratamentos do câncer tornam o paciente oncológico vulnerável às complicações da Covid-19

Pessoas com câncer estão dentro daqueles que são consideradas do grupo de risco para o novo coronavírus (Sars-Cov-2). Após análise de dados oficiais da China, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que enquanto a taxa de mortalidade geral da Covid-19 é de 2,3%, nos pacientes com câncer fica em 5,6%. Visto que eles costumam ter queda na imunidade devido à doença ou por causa dos tratamentos aos quais são submetidos (quimioterapia, radioterapia, uso de corticóides, entre outros), é indispensável manter o cuidado redobrado durante esse momento. Uma pessoa que contrair o coronavírus têm maior risco de sofrer complicações se estiver enfrentando um tumor.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a maior probabilidade de complicações por Covid-19 é entre os portadores de cânceres no sangue (leucemias, linfomas e mieloma múltiplo) que passaram por transplante de medula óssea ou estão em tratamento com quimioterapia. Porém, adotando as medidas preventivas, os riscos associados ao coronavírus diminuem significativamente. De qualquer maneira, a interrupção do tratamento não é recomendada. Antes de qualquer decisão, o paciente precisa conversar com seu médico.

O oncologista Augusto Ribeiro Gabriel, que possui uma clínica no Órion Complex, em Goiânia, corrobora essa questão. “É extremamente importante manter o tratamento, bem como a frequência deste para se alcançar o sucesso, seja com a cura ou o aumento da sobrevida. Em casos específicos as cirurgias poderão ser adiadas, desde que orientado pelo oncologista, quando os pacientes estiverem em algum tratamento medicamentoso, visando a menor exposição dele ao ambiente hospitalar”, salienta o médico que atua na área há 24 anos.

A mesma orientação deve ser seguida para aqueles que fazem quimioterapia, a diferença é que haverá uma preferência para regimes de tratamentos mais curtos e com menor frequência de exposição aos serviços de saúde. “O profissionais devem avaliar caso a caso”, explica Augusto, que reforça: “Pacientes não podem tomar por conta própria nenhum medicamento ou medida extra que não seja recomendado pelo seu médico”.

Prioridade
Caso a pessoa com câncer contraia o novo coronavírus, este tratamento deve ser priorizado. “Nestes casos o paciente deve primeiro cuidar da Covid-19 e posteriormente seguir com o tratamento oncológico. Pacientes com sintomas respiratórios, mesmo sem o diagnóstico de Sars-Cov-2, devem entrar em contato com seu oncologista para as medidas necessárias para o diagnóstico e as condutas”, reforça o especialista. “Tumores hematológicos, na maioria, levam à diminuição mais severa da imunidade, bem como tratamentos mais tóxicos, o que leva ao maior risco de quadros graves da Covid-19”, complementa sobre os pacientes oncológicos mais propícios a adquirirem o vírus.

Sobre a rotina de consultas e exames de prevenções, Augusto Ribeiro explica que nesse momento é mais conveniente esperar. “Pacientes portadores de câncer, mas que já encerraram o tratamento e não apresentam nenhum sintoma novo, devem ter as consultas e os exames de controle com intervalos maiores. Isso também deve ser adotado para os exames de prevenção, de rotina. Se a pessoa não tem sintomas e nem alto risco familiar, estes procedimentos devem ser adiados, com a anuência de seu médico”, salienta.

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