Mulher e melhores amigas é algo engraçado, digo isso, porque quando as mulheres param  para pensar, acabam descobrindo que ao longo da vida, tiveram em vários momentos, diferentes melhores amigas, muito mais do que qualquer homem que conheçam.

A minha primeira melhor amiga, quando eu tinha 2 anos de idade, era a Laura,engraçado, lembro com muito carinho, sei que tinha o cabelo castanho, não lembro exatamente de suas feições, me recordo do dia que andamos de triciclo dentro do meu apartamento, que ela morava no mesmo prédio, sua mãe chamava Concetta, mas não sei seu sobrenome,  então nunca pude procurar pela Laura nas redes sociais, não sei se casou, se mora no Brasil, se é formada, se está viva ou morta …

Quando a minha irmã ia nascer, nos mudamos, meu pai comprou uma casa, e então mudei de escola e tive uma nova melhor amiga, seu nome era Viviane, e nós éramos inseparáveis, certa vez mentimos para o tio do transporte que a mãe dela sabia que ela estava indo para minha casa e deu o maior rolo, quando a mãe da amiguinha chegou na escola para buscá-la, ela não estava  lá … ficamos amigas até a 1ª série, quando novamente mudei de escola…

Na 2ª série minha mãe resolveu voltar a trabalhar e então meus pais nos colocaram em uma escola que era período integral e foi lá que conheci minha mais nova melhor amiga, a Dora, que tinha a mãe mais legal do mundo, primeiro que acho que foi a primeira mãe de amigo que conheci que não era brasileira, pelo menos eu acho que não era, era italiana, super cool, no quarto dela, ao contrário do quarto de todas as outras mães que eu conhecia até então, ao invés de cama, havia um tatame…

Aí quando cheguei na 5ª série mudei de escola novamente, nossa, uma escola imensa, tão diferente das escolas que eu estava acostumada, ou talvez, tenha achado diferente porque já estava maiorzinha e recomeçar novamente a procurar amigos parecia muito estranho. Nessa escola tive uma amiga, mas não posso dizer que era a minha melhor amiga.

Na 6ª série nos mudamos para o Rio de Janeiro, e lembra da Viviane que mencionei acima? Então, sua família estava morando no Rio e foi sua mãe quem indicou os bairros legais que minha mãe deveria procurar apartamento para alugar, a escola onde fui estudar em Ipanema e nós, Viviane e eu, retomamos a nossa amizade.

Um detalhe interessante, com 11 /12 anos de idade, a quantidade de melhores amigos aumentou, primeiro porque a Viviane não estudava na mesma série, ela havia repetido e ainda por cima estudava a tarde e eu de manhã, então logicamente que eu tinha que ter melhores amigas da minha sala, e foi aí que a Cynthia, a Adriana e a Heleninha entraram na história.

Acontece que eu repeti de ano, a Cynthia mudou de escola, a Adriana de estado e a Heleninha seguiu caminho, então foram outras novas melhores amigas que surgiram…

Na segunda vez na 6ª série, continuei sendo amiga da Viviane, mas uma nova melhor amiga surgiu, a Rafaela, e também a Renata Maria e  a Virna … aí nessa idade, amigas muito próximas começaram a surgir, mas não exatamente melhores amigas, mas muito amigas, andavam no mesmo grupinho …

No ano seguinte, se não me engano, a Rafaela mudou de escola, continuamos nos falando de vez enquando, depois ela mudou de bairro, as vezes eu ia até a sua casa nas férias, a Renata e a Virna continuaram amigonas, éramos um triozinho, até a 8ª série, quando elas repetiram de ano, se não me engano e ambas mudaram de escola.

A Virna sumiu … a Renata mudou de escola, mas trouxe uma nova amiga, que eu adoro até hoje, a Marília, ficamos super amigas, posso até mesmo dizer que durante um tempo ela fez parte desse seleto grupo de melhoras amigas que tive, também apareceu a outra Renata a Remata J., nos conhecemos na 1ª vez que fiz a 6ª série, depois estudamos juntas na 8ª, mas realmente nos tornamos amigonas quando eu estava no 1º ano do 2º grau.

Éramos adolescentes, tínhamos 15/16 anos e achávamos que sabíamos tudo… realmente a idade das grandes descobertas…

Em 1992, a Renata Mª retornou ao Recife e eu fui fazer um intercâmbio em Idaho nos EUA e lá apareceu pela segunda vez uma Laura na minha vida, uma grande amiga que tive a sorte de reencontrar , após 19 anos, no Facebook, pelo menos dessa Laura eu sabia o sobrenome.

Em 1993, quando retornei ao Brasil, continuei contando com as minhas grandes amigas Renata J, Viviane, e foi aí que apareceu mais uma Renata na minha vida, a Renata Humaitá, esse não é o sobrenome dela, mas em meio a tantas Renatas, o coletivo achou por bem adaptar o nome do bairro onde ela morava ao seu nome.

Em 1995 quando mudei de faculdade, não é que novamente aparece uma melhor amiga Laura na minha vida? Desde então tenho um grupo de melhores amigas, que conta com 2 Renatas, uma Helena, uma Verônica e uma Laura, e a elas ainda adicionei uma Aline e uma Roberta, sem contar na minha irmã, que durante muito tempo foi apenas irmã, depois amiga, às vezes nem tanto amiga assim, mas que nos últimos anos tenho orgulho de dizer que conseguiu fazer parte do grupo das melhores amigas.

Entre as melhores amigas ainda tenho duas comadres a Helena e a Marcela e sou madrinha de outra, a Aline. Outras amigas sempre foram surgindo ao passar dos anos, amigas de amigas, melhores amigas de melhores amigas e a lista vai passando por Rosana, Célia, Leila, Denise, Daniela, Gerusa, Alexandra, Leona, Luana, Leandra,  Maria Amélia, Layla, Michelle, Marcela, Joana, Flávia, Mª Fernanda, Gê, Mônica, Fabíola,  Ana …

Ah, como poderia me esquecer da minha prima Fabiana, que durante a infância foi minha melhor amiga e muitas vezes minha algoz, coisas de prima apenas 6 meses mais velha …

Certa vez, quando ainda era adolescente, meu irmão disse que não entendia como nós mulheres, podíamos a cada momento estar com uma melhor amiga, as minhas melhores amigas são basicamente as mesmas dos últimos 15 anos pelo menos, com uma adição aqui e outra ali.

Aos 30&Alguns eu agradeço a todas as melhores amigas e amigas que passaram pela minha vida, por todas as experiências, boas ou ruins, e desejo a todas, até mesmo aquelas que não faço a mínima idéia do paradeiro, tudo de bom que tem nesse mundo, porque em um momento ou em outro, todas me fizeram muito feliz e com certeza compartilharam comigo de boas gargalhadas e acima de tudo, agradeço a minha mãe que me ensinou como ser uma grande amiga.

By Veri Serpa Frullani

Veri Serpa Frullani, brasileira, mãe e esposa, atualmente vive em Dubai, já morou em Nova York, São Paulo e Rio de Janeiro. Bacharel em Turismo, produtora multimída, escritora, designer de acessórios, também é editora do Portal Vida Adulta, do Geek Chic e do Firma Produções. Já editou os extintos Brazilians Abroad e Comida Brasileira. Veri Serpa Frullani tem presença e influência na internet desde 1999, já foi colaboradora de vários projetos e sites, entre eles TechTudo, Digital Drops, Olhar Digital e dos extintos Nossa Via e Deusario.

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